domingo, abril 13, 2008

No caso do "Dá-me o telemóvel já!" parece que descobriram pólvora seca debaixo de água ou é só impressão minha?

Vá! Desculpem, mas tem que ser. Muito já foi dito, discutido, debatido e até gozado de tal modo que me vejo obrigado a dizer algo. Mas, como é normal no nosso país o que devia ser dito não foi. No fundo, a violência nas escolas tem, única e exclusivamente, origem na sociedade.

Ao que me parece a escola é vista nos dias de hoje como um espaço onde os pais podem “por os seus filhos enquanto trabalham” ou, até em certos casos, forma de garantir o rendimento mínimo. Mas, certo, e verificado nas várias escolas pelo país fora, é o facto de muitos encarregados de educação estarem afastados das suas tarefas e obrigações.

Não dá para perceber qual e quando foi o momento exacto em que a escola perdeu a credibilidade e prestigio social. Certo é que perdeu a importância na formação e no processo de socialização dos mais novos. Quem é o culpado? Simples, todos nós.

Ah pois! A culpa disto tudo é da sociedade. Como? Andamos tão preocupados com o dia-a-dia que nem pensamos no futuro, não pensamos nos senhores/senhoras do amanhã, não pensamos se estão, ou não, a dar a formação correcta para tal. Em vez disso criamos a geração “bolha”: Uma geração alienada de qualquer dever e obrigação social. Uma geração fechada no seu mundo.


Fala-se tanto da avaliação dos professores. Mas será o mais importante?


Temos hoje a nascer uma geração fechada no seu mundo, que não liga a nada e desinteressada no geral. Só lhe importa os seus ideais (ser rebelde – ir contra o sistema) e as suas modas. E nós demos liberdade para tal. Não se pode contrariar – dizem os psicólogos. E assim a sociedade em geral perdeu o controlo total….

No caso mais visto e comentado do ano espanta-me a admiração criada no público. Há que dizer que aquilo que foi visto até nem é grave em comparação com os muitos relatos de violência. Não me admiro: Hoje o aluno é rei e senhor da sala de aula e o professor, graças à perda de importância junto da sociedade, perdeu o poder e o respeito dentro da sala. “Dá-me o telemóvel já!” Alguém fala assim com um professor? E com os pais? Pois, pelos visto a nova geração pode e faz.

Se vivemos numa onde há pais a dizer aos mais novos: “Não oiças o que ele diz” ou “Se ele te bater, vem falar comigo que eu lhe trato da saúde”, não me choca tais imagens alias, até porque, já vi pior.

Certo, certo, e em plena democracia, o papel de pais e o papel de professor devia estar a funcionar em ligação tendo em vista o interesse do aluno. Há que repor a ordem, reequilibrar a importância da profissão de professor e da instituição escola perante a sociedade. Redefinir os objectivos e métodos de ensino e, claro, mudar profundamente as matérias e os programas disciplinares com vista a satisfazer as necessidades futuras da sociedade.

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