O Verdadeiro Espírito de Natal
Vinte de Dezembro de 2003, há muito que “o Espírito de Natal” pairava no ar, num certo país plantado à beira-mar, há muito que as ruas já estavam decoradas, as luzes, as cores de Natal, em cada casa a árvore com mil cores, o tradicional presépio também lá estava, enfim, tudo o que simboliza o Natal já estava presente.
Nas grandes cidades, o ambiente era o mesmo, as mães, os pais, os filhos, enfim toda a família lutava contra o tempo, pois o Natal já estava à porta e ainda havia que comprar presentes. Sem dúvida que as crianças eram as que estavam mais agitadas, influenciadas, claro, por toda a publicidade quer na televisão quer nas revistas, em todo o lado havia um novo brinquedo.
Envolvido por todo este espírito, comecei a perguntar-me como era possível a estas famílias conseguirem comprar tanta coisa, e claro com esta crise, será que o Natal se resume a isso? Quantas mais compras mais simpático se fica? Há sentimento no dar ofertas? Gostava de responder, mas não sei, só sei que sou um pobre velho destas ruas, não trocava mil ofertas por um LAR, isso um LAR, há muito que não tenho essa palavra, o conforto, a amizade, a alegria, enfim, perdi isso tudo, foi traído pelo consumo, espero que não aconteça o mesmo a essas famílias.
Enquanto eu pensava, tentando distrair-me do frio, uma criança, não parecia ser rica, chegou ao pé de mim, fez um sorriso e deu-me um bombom, e eu só consegui dizer “Bom Natal” e sorri. É esse o verdadeiro Espírito de Natal! Ainda há esperança.
Hoje em dia era, provavelmente, capaz de criar algo mais complexo. Mas não o faço porque teria a estragar um momento de rara inspiração minha.
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